Do Lado de Baixo... O Conciliador -parte 1 (Cap IV)
Os estrategistas sabiam as ameaças que causavam, origem das próprias ameaças que sofriam. Em tal amplitude que poderiam inclusive inviabilizar a etapa. Haveria que ser aplacado o pavor dos donatários quanto a seu patrimônio, capaz de comprometer a capacidade econômica do mandato. Haveria que ser administrado o interesse de seus representantes, alimentados para assegurar a cristalização da estrutura de poder e capazes de levar à inviabilização do plano.
Avalizando a integridade dos ganhos e lucros, uma figura confiável, do meio. Alguém que velasse por seus interesses no centro nevrálgico do dinheiro, no banco central. Tranquilizaria raposas, daqui e de lá.
Outras ameaças, externas, precisavam ser administradas. Atingiam diretamente nossa capacidade agrícola, pela ameaça às safras internacionais; a nossa capacidade de exploração de ouro e de metais raros, capaz de subverter o mercado internacional; a ocupação por brasileiros da última área habitável no mundo, a amazônia. Um ministro do meio-ambiente dócil e comprometido com tais teses aplacaria pressões internacionais.
Para acalmar os representantes, firmemente instalados e enraizados no jogo de influências políticas, a linguagem que entendiam, por hábito, e praticavam, por conveniência. Esse instrumento seria utilizado pelos representantes no momento oportuno, como forma de interromper institucionalmente o plano. Chamaram-lhe mensalão, mas merece capítulo à parte.
Neutralizadas as reações mais ameaçadoras ao plano, foram perseguidas algumas linhas de ação.
- apoiar grupamentos marginalizados, como catadores e moradores de rua;
- apoiar movimentos marginais, como forma de manter a sensação de ameaça, como MST;
- promover o crescimento da classe média pela inclusão de baixo para cima, complementarmente congelando as camadas superiores pré-existentes;
- incrementar o empreendedorismo, com linhas de crédito oficiais.
- promover retomada de atividades econômicas com efeito de capacitação de infraestrutura ou de forte geração de empregos, como a indústria naval e construção civil;
- promover o desenvolvimento agroindustrial.
- materializar no dia a dia da população a imagem de novos tempos, facilitando-lhe acesso a bens de consumo.
- neutralização de ameaça ao isolamento continental pela insulação por países com hostilidade latente;
- forte promoção comercial para ampliação de número de parceiros;
- atuação em forças de paz internacional e pressão para obtenção de vaga permanente no CS da ONU, porém sem real intenção de concretizá-la;
Esses objetivos foram planejados para serem executados em etapas pelo político conciliador escolhido.
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