Sacrossanta Hipocrisia
O projeto de lei aprovado na quinta-feira passada na Itália, que regulamenta o casamento entre casais heterossexuais e homossexuais, bem como a vitória da legalização do aborto em um referendo em Portugal, ensejam reações.
Declarou Bento XVI que "Há normas que precedem toda lei humana e que não admitem intervenções da parte de ninguém. A lei escrita pela natureza é a única e verdadeira garantia que temos de poder viver livres e de ser respeitados..."
Continua o Papa: "Nenhuma lei escrita pelos homens pode subverter a norma do Criador sem que a sociedade seja dramaticamente ferida em seu fundamento. Ao fragilizar a família se penaliza a sociedade".
E mais: "O Concílio Vaticano II reiterou que a instituição do matrimônio é estável por ordem divina e que por isso este vínculo é sagrado pelo bem dos cônjuges, dos filhos e da sociedade.
Mudar o matrimônio não depende do arbítrio do homem e nenhuma lei escrita pelos homens pode subverter esta norma do Criador."
Interessante, o Papa. Esquece-se que leis não mudam costumes sociais, somente os incorporam ao direito positivo.
Há menos de 500 anos, o Vaticano ainda utilizava os castrati para os cantos sacros e, sabe-se lá, para que outros fins. Nos tempos atuais, a manutenção do celibato obrigatório também é uma contradição às leis naturais por ele invocadas.
De fato, se a castração de meninos só podia ser realizada por mentes criminosas, incentivadas pelo aval do pontificado, o celibato só pode ser praticado por três tipos de pessoas: os santos, que transcendem a carne; os loucos, que a repudiam; e os hipócritas, que fingem praticá-lo. Talvez o Papa esteja na primeira categoria, mas o grosso do clero, a luz dos casos de pedofilia e pederastia enrustida, formam o maior contingente.
E vem o Papa com esse discurso anacrônico, artificial e mais falso que nota de três Reais.
Abraão, criador do Deus acolhido pelas principais religiões monoteístas (judaísmo, cristianismo e islamismo) é o mesmo que conviveu em concubinato. E dispôs-se a praticar o sacrifício humano com seu filho.
E onde está a norma do Criador?
Por acaso Bento XVI é seu intérprete irrefutável? Tem uma linha direta, um contato intimo, uma procuração que seja?
Está mais do que na hora desses elementos, por boa-fé ou por má, pararem de usar o nome de Deus para defender seus pontos de vista.
Para Bento XVI, até a camisinha - questão de saúde pública - é contrária às leis de Deus.
E fica a pergunta que não quer calar: sendo Deus onipotente, por que então permite?
Acho que, na verdade, Ele não está nem aí para as estripulias que façamos aqui na terra.
Apesar do esperneio dos Papas.
Declarou Bento XVI que "Há normas que precedem toda lei humana e que não admitem intervenções da parte de ninguém. A lei escrita pela natureza é a única e verdadeira garantia que temos de poder viver livres e de ser respeitados..."
Continua o Papa: "Nenhuma lei escrita pelos homens pode subverter a norma do Criador sem que a sociedade seja dramaticamente ferida em seu fundamento. Ao fragilizar a família se penaliza a sociedade".
E mais: "O Concílio Vaticano II reiterou que a instituição do matrimônio é estável por ordem divina e que por isso este vínculo é sagrado pelo bem dos cônjuges, dos filhos e da sociedade.
Mudar o matrimônio não depende do arbítrio do homem e nenhuma lei escrita pelos homens pode subverter esta norma do Criador."
Interessante, o Papa. Esquece-se que leis não mudam costumes sociais, somente os incorporam ao direito positivo.
Há menos de 500 anos, o Vaticano ainda utilizava os castrati para os cantos sacros e, sabe-se lá, para que outros fins. Nos tempos atuais, a manutenção do celibato obrigatório também é uma contradição às leis naturais por ele invocadas.
De fato, se a castração de meninos só podia ser realizada por mentes criminosas, incentivadas pelo aval do pontificado, o celibato só pode ser praticado por três tipos de pessoas: os santos, que transcendem a carne; os loucos, que a repudiam; e os hipócritas, que fingem praticá-lo. Talvez o Papa esteja na primeira categoria, mas o grosso do clero, a luz dos casos de pedofilia e pederastia enrustida, formam o maior contingente.
E vem o Papa com esse discurso anacrônico, artificial e mais falso que nota de três Reais.
Abraão, criador do Deus acolhido pelas principais religiões monoteístas (judaísmo, cristianismo e islamismo) é o mesmo que conviveu em concubinato. E dispôs-se a praticar o sacrifício humano com seu filho.
E onde está a norma do Criador?
Por acaso Bento XVI é seu intérprete irrefutável? Tem uma linha direta, um contato intimo, uma procuração que seja?
Está mais do que na hora desses elementos, por boa-fé ou por má, pararem de usar o nome de Deus para defender seus pontos de vista.
Para Bento XVI, até a camisinha - questão de saúde pública - é contrária às leis de Deus.
E fica a pergunta que não quer calar: sendo Deus onipotente, por que então permite?
Acho que, na verdade, Ele não está nem aí para as estripulias que façamos aqui na terra.
Apesar do esperneio dos Papas.
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