Cão que Ladra, Morde? Parte 2 – Campanha e Posse
A oportunidade aparentemente foi vista a partir das confusões pré-eleitorais em 2013. A intensa movimentação popular, potencializada por engajamento midiático até então nunca visto em tamanha intensidade, e pelo fenômeno capilar das redes sociais, foi habilmente captada e por setores com olho na eleição de 2014.
Pari passu foram desenvolvidas ações subversivas nos
quartéis, nas tropas, nos corpos de alunos, incluindo a abertura de espaços e
superexposição do candidato fantoche escolhido. Haveria necessidade de politização
das armas, pois estas não poderiam obstar a tomada do poder em uma defesa do
Estado Democrático de Direito sem que o plano fosse ameaçado.
Plano bem montado, né, um belo exercício de Estado Maior e resultado de alguma
doutrinação na ESG.
Para sorte da campanha, surgiu a polêmica facada em Juiz
de Fora, com o condão de afastar o candidato do vexame público e desmoralização
do projeto por um motivo inquestionável: proibição médica, liminarmente aceita
pela comoção gerada pelo atentado e que, ao fim e ao cabo, garantiu a vitória
nas urnas.
Cumpriu bem o papel determinado e nesse contexto está a
simulação de metralhamento de adversários com o pedestal de um microfone, as
arminhas de dedos, a cooptação do fundamentalismo evangélico. A cada ação, mais
mobilizava seu eleitorado e desviava a atenção dos militares em low profile.
O plano cumpriu a etapa com sucesso.
É sempre importante lembrar que para oficiais na ativa
assumirem funções civis necessitam autorização e concordância do comandante da
Arma. Isso não seria difícil na medida em que houve dança de cadeiras, o novo
ministro da Defesa não era outro do que aquele que assessorava (monitorava) o
presidente do STF e o comandante do Exército era colega de turma do agora
capitão-presidente-fantoche.
A área econômica, desinteressante e totalmente desconhecida pelo Partido Militar e de acordo com as projeções fantasiosas de desenvolvimento que lhes acenavam simplesmente foi delegada ao dito Mercado, ente abstrato que se confunde com os interesses de acumulação de recursos pelos detentores do Capital.
Diferentemente das gerações de oficiais pré-1970, essa
nova abandonou qualquer ideário nacionalista e de autonomia nacional. Foi
contaminada na origem pelo projeto neoliberal encabeçado por Thatcher e Reagan
e que foi moda na década de 90 no Brasil, quando ocorreu a primeira grande onda
de desnacionalização e privatização de bens e riquezas públicas.
Engabelados pelas fantasias do mercado, interesseiros e dinheristas, inundaram toda a administração federal garantindo bônus, honorários e gratificações a engordarem seus já polpudos rendimentos.
Farinha pouca, meu pirão primeiro seria um bom lema para
esse governo militar.
E assim os desastres iniciaram desde os primeiros dias de governo.
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