Cão que Ladra, Morde? Parte 4 – Criador e Criatura
O capitão-presidente percebeu a conjunção de forças que comprometeria seus próprios projetos pessoais de manutenção e concentração dos poderes, pois democracia nunca fez parte de seu ideário político.
De um lado a corrente lavajatista, com a figura de proa
de Sérgio Moro agora já assumidamente político no projeto de poder. Do outro, a
Junta Militar com a pretensão de continuar governando.
Uma com o Ministro da Justiça e fortes ligações políticas
no Congresso e na opinião pública. A outra com o cargo de vice-presidente,
primeiro na linha sucessória.
Moro foi descartado na primeira oportunidade e esvaziou-se politicamente, principalmente pela desmoralização que aconteceu depois da chamada VazaJato. Seu espaço político desmoronou e seus apoiadores, majoritariamente e até porque em maioria se compunham no mesmo espectro político da extrema-direita, migraram o apoio para Bolsonaro.
Está nesse contexto a humilhação a pessoas indicadas pelo
Alto Comando, até sugestão de homossexualidade de Santos Cruz, um dos
candidatos in pectoris do Partido Militar, foi divulgada. Só como exemplo do jogo sujo desses bastidores.
As farpas endereçadas ao vice-presidente, como “não
demito porque não posso” visam o desgaste da corrente.
Mas isso não é o suficiente.
Não tinha como dar certo. Como de fato, não deu.
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