Nova República
Findo o golpe de 1964 pelo esgotamento do modelo e pelos ventos liberalizantes e democráticos que varreram o mundo, incompatíveis com o modelo então vigente, refunda-se o Brasil com a Constituição de 1988.
A nova definição do estado brasileiro incorporou conceitos bastante avançados até para a época e transferiu o protagonismo para os movimentos populares. Ainda assim, não deixou de conferir status diferenciados para os militares, manifestados recentemente na discussão do real sentido do famoso Art 142 da Constituição.
O atual modelo democrático, sob alguns aspectos, choca-se com a formação positivista residual que vem lá dos tempos do Império e que ficou incorporada, em transmissão sucessiva, por gerações de militares. A atual geração dos generais foi a formadora da nova geração do oficialato e o supremacismo permanece internalizado. Por vezes assumindo feições de uma elite reprimida.
Vez por outra se manifesta.
Não haverá alternativa para a consolidação de um Estado de Direito sem que seja revista profundamente a formação das novas gerações. De civis e de militares, mas especialmente destes.
O poder armado é uma concessão e uma opção da sociedade, não pode ser visto de outra forma e esses conceitos têm que ser internalizados na própria formação do oficialato.
Não cabem mais os valores escalados por Comte, as transformações do século XX no campo do conhecimento e das relações sociais os tornaram obsoletos.
É fundamental que os militares recebam, em sua formação, a exata dimensão de seu papel na sociedade moderna, na qual não se lhes reserva protagonismo, mas subordinação.
Sistemas econômicos e sociais num mundo automatizado e interconectado não estão em suas atribuições de escolha, a elite hoje é outra, as interconexões são muito mais complexas entre produção e consumo, recursos finitos e renováveis, assimetrias sociais e de oportunidades, direito universalizado.
É necessário que a formação, a par da arte das armas, seja eclética e se entenda que o reconhecimento do monopólio da força em nome e concedida pela própria sociedade não é uma delegação de protagonismo, mas de elemento intrínseco a sua manutenção.
Fardas e governos são incompatíveis entre si na formulação política, sob risco de confundirem-se.
Instituições permanentes passam a ser temporais.
Afinal, de Benjamin Constant a Augusto Heleno e Vilas Boas, patinamos no mesmo charco.
É mais que hora de mudar.
A nova definição do estado brasileiro incorporou conceitos bastante avançados até para a época e transferiu o protagonismo para os movimentos populares. Ainda assim, não deixou de conferir status diferenciados para os militares, manifestados recentemente na discussão do real sentido do famoso Art 142 da Constituição.
O atual modelo democrático, sob alguns aspectos, choca-se com a formação positivista residual que vem lá dos tempos do Império e que ficou incorporada, em transmissão sucessiva, por gerações de militares. A atual geração dos generais foi a formadora da nova geração do oficialato e o supremacismo permanece internalizado. Por vezes assumindo feições de uma elite reprimida.
Vez por outra se manifesta.
Não haverá alternativa para a consolidação de um Estado de Direito sem que seja revista profundamente a formação das novas gerações. De civis e de militares, mas especialmente destes.
O poder armado é uma concessão e uma opção da sociedade, não pode ser visto de outra forma e esses conceitos têm que ser internalizados na própria formação do oficialato.
Não cabem mais os valores escalados por Comte, as transformações do século XX no campo do conhecimento e das relações sociais os tornaram obsoletos.
É fundamental que os militares recebam, em sua formação, a exata dimensão de seu papel na sociedade moderna, na qual não se lhes reserva protagonismo, mas subordinação.
Sistemas econômicos e sociais num mundo automatizado e interconectado não estão em suas atribuições de escolha, a elite hoje é outra, as interconexões são muito mais complexas entre produção e consumo, recursos finitos e renováveis, assimetrias sociais e de oportunidades, direito universalizado.
É necessário que a formação, a par da arte das armas, seja eclética e se entenda que o reconhecimento do monopólio da força em nome e concedida pela própria sociedade não é uma delegação de protagonismo, mas de elemento intrínseco a sua manutenção.
Fardas e governos são incompatíveis entre si na formulação política, sob risco de confundirem-se.
Instituições permanentes passam a ser temporais.
Afinal, de Benjamin Constant a Augusto Heleno e Vilas Boas, patinamos no mesmo charco.
É mais que hora de mudar.
(Foto Site Uol)
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