Legiões, Bandeiras e Exércitos
Das Legiões aos Exércitos nacionais, o caminho percorrido acompanhou a evolução do chamado Estado Moderno.
Aquelas eram praticamente forças pessoais, sua bandeira identificava seu comando. Com a consolidação dos reinos e impérios, era ao rei ou imperador que as tropas dedicavam sua luta. Alterou-se isso somente com o advento das repúblicas modernas e parlamentares, onde os exércitos assumiram o conceito de nacionalidade e pátria e posicionam-se como defensores da soberania e patrimônio nacionais.
A soberania pode ser definida como a capacidade de decisão interna sobre o patrimônio nacional, nele incluído o território, reconhecida a autonomia no concerto das Nações.
Surge uma questão, derivada do processo e globalização que tomo corpo a partir do final do século XX e que pode alterar profundamente esse conceito do exército nacional.
O processo de privatizações e a fluidez do Capital globalizado transfere o controle dos bens nacionais para um ente amorfo e anônimo, amoral e descompromissado conhecido simplesmente como Mercado. As transações acompanham a rotação terrestre, não se põe o Sol nas Bolsas comandadas por robôs de circuitos impressos ou carne e osso. Cada vez fica mais difícil a distinção.
Mesmo na produção nacional agrícola, consta que a safra de soja, só para exemplificar, muda de mãos mais de meia centena de vezes entre o projeto de plantio e sua comercialização final. Mercados futuros, swaps etc turbinam a produção em um mercado virtual, formatado com expectativas e apostas. A aquisição de terras por grupos transnacionais retiram anacionalidade soberana e os cordos e tratados de livre comércio controlam e monitoram as próprias capacidades nacionais de definir como, quando e quanto produzir. No limite, pode-se chegar a exportar um produto e importá-lo novamente, tudo ao sabor do gerenciamento da relação estoque/preço, não mais definido como política nacional, mas em mesas de negociações e operações financeiras.
Em bens não renováveis a situação piora. Vendidos esses bens, eufemisticamente noticiados como "privatizados", deixa de haver qualquer compromisso com o Estado de origem e sua monetização é de exclusivo aproveitamento do donatário/arrendatário.
E aí se encontra o cerne da transformação dos Exércitos. Ao invés da soberania, sua obrigação passa a ser garantidora da ordem para que os arrendamentos/explorações cumpram-se conforme acordado. Não é mais ao país que defendem, mas às transações comerciais.
Não mais havendo bens nacionais, perdem a razão histórica de existir. Transformam-se em vigilantes do patrimônio alheio, cujos donos, espertamente sequer lhes pagam os salários, que são espetados nos ombros de uma sociedade pelo convencimento que a ela é que estão a serviço. Mas de fato não estão.
Porque todo esse prólogo? Pelo momento que vivemos no Brasil.
Volta e meia alguém pergunta onde os militares guardaram seu nacionalismo, dado que assistem, impávidos e cúmplices, a alienação dos bens nacionais.
Só nos últimos 9 meses, em que assumiram posições de relevância, o quanto do patrimônio nacional foi cedido a terceiros? E eles com cara de paisagem, não absolutamente inertes porque reivindicam alguns privilégios do Estado que dizem defender. Que Estado, se o dono dele não é mais a sociedade, mas as mesas de operação e especulação?
Os militares de alta patente, os tais generais sabem disso, Sabem quem são seus verdadeiros patrões, e a eles servem e prestam culto e obediência. Enquanto isso, recebem de nós, ainda iludidos com os conceitos de Pátria soberana, seus soldos e vantagens.
Os exércitos do século XXI deixarão de ser corpos nacionais, mas tropas de mercenários a serviço do Capital.
O resto é firula.
Aquelas eram praticamente forças pessoais, sua bandeira identificava seu comando. Com a consolidação dos reinos e impérios, era ao rei ou imperador que as tropas dedicavam sua luta. Alterou-se isso somente com o advento das repúblicas modernas e parlamentares, onde os exércitos assumiram o conceito de nacionalidade e pátria e posicionam-se como defensores da soberania e patrimônio nacionais.
A soberania pode ser definida como a capacidade de decisão interna sobre o patrimônio nacional, nele incluído o território, reconhecida a autonomia no concerto das Nações.
Surge uma questão, derivada do processo e globalização que tomo corpo a partir do final do século XX e que pode alterar profundamente esse conceito do exército nacional.
O processo de privatizações e a fluidez do Capital globalizado transfere o controle dos bens nacionais para um ente amorfo e anônimo, amoral e descompromissado conhecido simplesmente como Mercado. As transações acompanham a rotação terrestre, não se põe o Sol nas Bolsas comandadas por robôs de circuitos impressos ou carne e osso. Cada vez fica mais difícil a distinção.
Mesmo na produção nacional agrícola, consta que a safra de soja, só para exemplificar, muda de mãos mais de meia centena de vezes entre o projeto de plantio e sua comercialização final. Mercados futuros, swaps etc turbinam a produção em um mercado virtual, formatado com expectativas e apostas. A aquisição de terras por grupos transnacionais retiram anacionalidade soberana e os cordos e tratados de livre comércio controlam e monitoram as próprias capacidades nacionais de definir como, quando e quanto produzir. No limite, pode-se chegar a exportar um produto e importá-lo novamente, tudo ao sabor do gerenciamento da relação estoque/preço, não mais definido como política nacional, mas em mesas de negociações e operações financeiras.
Em bens não renováveis a situação piora. Vendidos esses bens, eufemisticamente noticiados como "privatizados", deixa de haver qualquer compromisso com o Estado de origem e sua monetização é de exclusivo aproveitamento do donatário/arrendatário.
E aí se encontra o cerne da transformação dos Exércitos. Ao invés da soberania, sua obrigação passa a ser garantidora da ordem para que os arrendamentos/explorações cumpram-se conforme acordado. Não é mais ao país que defendem, mas às transações comerciais.
Não mais havendo bens nacionais, perdem a razão histórica de existir. Transformam-se em vigilantes do patrimônio alheio, cujos donos, espertamente sequer lhes pagam os salários, que são espetados nos ombros de uma sociedade pelo convencimento que a ela é que estão a serviço. Mas de fato não estão.
Porque todo esse prólogo? Pelo momento que vivemos no Brasil.
Volta e meia alguém pergunta onde os militares guardaram seu nacionalismo, dado que assistem, impávidos e cúmplices, a alienação dos bens nacionais.
Só nos últimos 9 meses, em que assumiram posições de relevância, o quanto do patrimônio nacional foi cedido a terceiros? E eles com cara de paisagem, não absolutamente inertes porque reivindicam alguns privilégios do Estado que dizem defender. Que Estado, se o dono dele não é mais a sociedade, mas as mesas de operação e especulação?
Os militares de alta patente, os tais generais sabem disso, Sabem quem são seus verdadeiros patrões, e a eles servem e prestam culto e obediência. Enquanto isso, recebem de nós, ainda iludidos com os conceitos de Pátria soberana, seus soldos e vantagens.
Os exércitos do século XXI deixarão de ser corpos nacionais, mas tropas de mercenários a serviço do Capital.
O resto é firula.
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