Desistências e Desapegos
Sim, há uma diferença enorme entre desapegar e desistir.
Desapego é um ato de vontade, a desistência é uma imposição. O desapego liberta, a desistência aprisiona.
Pouco importa o quê, de um amor ou uma crença, de um desafio ou sonho, a desistência frustra, apequena, marca, reduz a autoestima à insignificância do que realmente somos.
Desistência é abandono de um sonho.
Hoje é um dia em que desisto, desisto de meu país, de meu lar, de meu chão, meus sonhos, meu amor, meu orgulho, minha perenidade, meu futuro em gerações.
O covil de valhacoutos que usurpou minha cidadania hoje confere um golpe mortal no Brasil.
Sei, o Brasil nunca foi uma terra de justiças e solidariedades, tinha seus defeitos, mas também trazia uma esperança. O Brasil do jeitinho era infinitamente melhor do que o Brasil sem jeito.
Trazia comigo a esperança da Pindorama, a realidade expõe o Brasil S/A, dirigido por delegados da meia dúzia assentada no Conselho de Administração, a mesma meia dúzia que a tudo comanda, a tudo possui, a tudo usufrui, A meia dúzia que controla os recursos e os dispõe a seu gosto e vontade no mundo.
Hoje entregaremos o único fator que poderia compensar nosso gap histórico, o que nos manteve no subdesenvolvimento, o que sustentou nossa legião de miseráveis.
Hoje, o pré-sal, amanhã, a Eletrobrás. Tudo na bacia das almas.
O Brasil S/A não é o meu país. Nunca o foi, meu país era outro..
Desisto!
Assumiria minha condição de apátrida, fosse ela possível.
Desisto da última crença abstrata que me restava, a que ainda formaríamos um Estado soberano, menos assimétrico, menos desigual, mais justo e solidário. Sequer tenho um Deus para me agarrar, esperançar em suas mãos, culpá-lo pelos desatinos no seja feita vossa vontade.
A realidade tantas vezes esvanece o ideal.
E que o desapego, quando vier e internalizar-se, seja minha libertação, pois ainda sou escravo da tristeza pelo sonho demolido.
O Ocaso de um Sonho

foto: Getty Images
Desapego é um ato de vontade, a desistência é uma imposição. O desapego liberta, a desistência aprisiona.
Pouco importa o quê, de um amor ou uma crença, de um desafio ou sonho, a desistência frustra, apequena, marca, reduz a autoestima à insignificância do que realmente somos.
Desistência é abandono de um sonho.
Hoje é um dia em que desisto, desisto de meu país, de meu lar, de meu chão, meus sonhos, meu amor, meu orgulho, minha perenidade, meu futuro em gerações.
O covil de valhacoutos que usurpou minha cidadania hoje confere um golpe mortal no Brasil.
Sei, o Brasil nunca foi uma terra de justiças e solidariedades, tinha seus defeitos, mas também trazia uma esperança. O Brasil do jeitinho era infinitamente melhor do que o Brasil sem jeito.
Trazia comigo a esperança da Pindorama, a realidade expõe o Brasil S/A, dirigido por delegados da meia dúzia assentada no Conselho de Administração, a mesma meia dúzia que a tudo comanda, a tudo possui, a tudo usufrui, A meia dúzia que controla os recursos e os dispõe a seu gosto e vontade no mundo.
Hoje entregaremos o único fator que poderia compensar nosso gap histórico, o que nos manteve no subdesenvolvimento, o que sustentou nossa legião de miseráveis.
Hoje, o pré-sal, amanhã, a Eletrobrás. Tudo na bacia das almas.
O Brasil S/A não é o meu país. Nunca o foi, meu país era outro..
Desisto!
Assumiria minha condição de apátrida, fosse ela possível.
Desisto da última crença abstrata que me restava, a que ainda formaríamos um Estado soberano, menos assimétrico, menos desigual, mais justo e solidário. Sequer tenho um Deus para me agarrar, esperançar em suas mãos, culpá-lo pelos desatinos no seja feita vossa vontade.
A realidade tantas vezes esvanece o ideal.
E que o desapego, quando vier e internalizar-se, seja minha libertação, pois ainda sou escravo da tristeza pelo sonho demolido.
O Ocaso de um Sonho

foto: Getty Images
2 Comments:
Ainda nos resta o amor fraterno entre nós, e este ninguém pode nos tirar. Te amo irmão ❤️ Rita
Este é o concreto, irmãzinha querida. Neste ninguém tasca.
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