sexta-feira, janeiro 07, 2022

25 anos de Democracia

Com o retorno à normalidade democrática, a classe política assumiu o protagonismo, em alguns casos cometendo os mesmos erros da ditadura no uso da máquina pública em seu benefício, acertando em outros, buscando os caminhos institucionais e o ajuste e normalização dos procedimentos de gestão definidos na nova Constituição.

Constituição essa com fulcro absolutamente democrático e fundamentada nos conceitos do Estado de Bem Estar Social.
É importante ressaltar que essa Constituição contrariava os conceitos neoliberais que ultrapassavam os muros das academias e já começavam a tomar corpo no mundo. Como visto, já faziam algum sentido nas gerações de oficiais formados nesse período, porém um Estado ativo na indução dos eixos de desenvolvimento era simpático à gerações anteriores e que compunham os Altos Comandos de então.

Entre erros e acertos, alternâncias de poder, algumas crises políticas que levaram a dois impedimentos, governos de direita liberal, de social democracia, começaram a consolidar o Brasil democrático com viés social democrata, ainda que em governos eventualmente liberais de direita.
Os militares faziam o jogo da democracia, muito pouco agiam fora de suas atribuições constitucionais, foram equipados, valorizados. Os comandantes foram se sucedendo em gerações até que a geração de 70+ passou a compor os altos escalões e, mal formados, entender que seu protagonismo era injustamente reduzido.

Os cadetes de 70/80, cheios de brios e perspectivas de glória, tinham virado generais. Generais burocráticos num país sem guerras e nem perspectivas de. A escalada brasileira como potencial ator na geopolítica mundial, nos levou a participar e até comandar missões de paz da ONU. O que poderia ser prestígio, foi um erro. Chocou-se a serpente.

A gota d’água  foi a Comissão Nacional da Verdade, que feriu mortalmente a vaidade supremacista ao expor os crimes bárbaros que cometeram a pretexto de combater opositores.
Tinham a lei a seu lado para punir infratores, preferiram a tortura, a desumanização, a barbárie.
Essa exposição e a vaidade ferida despertou nessa geração mal formada civicamente o empenho na busca novamente do protagonismo político. E as peças começaram a ser movimentadas nesse sentido em 2013.
A história se repete como farsa muitas vezes.

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