2022 - A Batalha Final
Os dois cenários alternativos imaginados para 2022 não se configuraram. A entrada de Lula no jogo desequilibrou totalmente o conjunto de variáveis, em especial pelo desastre em todos sentidos do atual governo, que prefiro classificar como Governo Militar Neoliberal, composto por uma Junta Militar de Governo derivada do Consórcio dos Marechais.
A reeleição de Bolsonaro mostra-se cada vez mais remota, muito embora ainda
mantenha um grande contingente de eleitores fiéis, mais ao estilo truculento e
radical próprio da extrema direita mundial do que que por afinidade
ideológica.
Alternativamente, um repeteco da solução 2018, grudar um general a um político
com algum apelo popular, no caso agregar Santos Cruz, respeitado na tropa e da
turma da dissidência programada, a Moro.
Teria dado certo não fosse o
derretimento de Moro pelos crimes expostos na Vaza Jato e que resultaram na
real impossibilidade de manter Lula fora do pleito.
Fica então o Consórcio dos Marechais numa sinuca de bico.
Todo um planejamento plurianual para manter o poder e, de repente, o
fundamentos são atropelados por variáveis fora de controle. Pandemia, Vaza
Jato, desestruturação nacional além do previsto.
Até a tese do art 142 em que
fantasiosamente foi tentado promover às Forças Armadas o papel de um Poder
Moderador já perdeu totalmente a credibilidade. Por absurda e por
inconstitucional.
Não colou.
Resta a cartada final, o golpe pura e simples, repaginando pretextos.
A primeira movimentação concreta nesse sentido ocorreu com a indicação de um
general – lembram do então Ministro da Defesa dissidente, só rindo, pois ele
mesmo – para a Diretoria Geral do TSE, responsável pela realização material das
eleições deste ano. Incluindo a informática.
Coincidentemente o mesmo que foi plantado para monitorar o presidente do STF
após a ameaça de Villas Boas.
Coincidências existem? Quando o Estado Maior, contrariando Sun Tzu, subestima o
adversário, aparentam sim.
Agora, novamente caberá ao presidente desencadear os primeiros
chutes.
O discurso de inconfiabilidade das urnas eletrônicas será escalado. O tom
subirá, a densidade das acusações também.
Inicialmente inflamará suas milícias
digitais que inundarão novamente, e agora com maior vigor, as acusações de permeabilidade
a fraudes.
Isso será martelado para manter sua base militarizada, ou paramilitarizada,
armada e radical, mobilizada e indignada.
Preparem-se para a inundação de postagens e correntes de Whatsapp, emails, Twitter etc
Mais à frente, talvez até já com todas as candidaturas
postas, o presidente declarará em rede nacional que não concorrerá à reeleição, pois as urnas são fraudáveis, já constatado pelas equipes do Ministério da Defesa que havia designado para garantir a lisura
das eleições etc.
Não precisa ter compromisso
com a verdade, ele nunca teve e nem sequer o Consórcio dos Marechais. Basta
apenas confirmar o que as redes sociais já martelaram até virar verdade.
Na sequência, entra o general golpista do TSE, agora promovido a democrata, endossa e ratifica a declaração do presidente ex-candidato.
Pronto, o golpe está armado.
É necessário que a eleição seja
adiada para que possa ocorrer votação manual. O Congresso amedrontado pela
sombra das baionetas, é bem capaz de aprovar uma PEC nesse sentido e
prorrogando os atuais mandatos por um prazo de 6 meses ou um ano. De certa forma até tem algum interesse pessoal.
Evidentemente haverá uma reação da sociedade inconformada.
Essa reação ensejara às milícias digitais e armadas a sair das tocas e teclados
e promover enfrentamento nas ruas.
O panorama para uma GLO está completo. Podendo ser requisitada por qualquer um
dos poderes, o próprio Executivo a acionará. O clima de confronto justificará
perante o mundo a intervenção, descaracterizada a ação como golpe pura e
simplesmente e sim como um apaziguamento de uma condição de conflito e guerra
civil.
É necessário que entendamos o que está em jogo, vejamos
criticamente as movimentações das peças no tabuleiro e termos consciência de
que esse quadro dantesco ainda pode ser revertido.
Para isso, é fundamental que todas as forças democráticas, populares e parlamentares,
denunciem, mobilizem-se e exijam a demissão do general golpista do TSE.
É a única forma de abortar o golpe em curso, pois não há ambiente possível no
concerto das nações que admita um golpe convencional no Brasil.
É muito grande e muito influente para colocar a democracia mundial em risco.
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